6.11.09


Pedro Álvares Cabral (português)

Pedro Álvares Cabral foi um fidalgo e navegador português, comandante da segunda viagem marítima da Europa à Índia, viagem em que se descobriu o Brasil, a 22 de Abril de 1500.
Acredita-se que nasceu na Beira Baixa (Portugal), em 1467 ou 1468. Foi o terceiro filho de Fernão Cabral, governador da Beira e alcaide-mor de Belmonte, e de Isabel de Gouveia de Queirós. O seu nome original seria Pedro Álvares Gouveia, pois geralmente apenas o primogênito herdava o sobrenome paterno. Posteriormente, com a morte do irmão mais velho, teria passado a usar o nome Pedro Álvares Cabral, uma vez que, a 15 de fevereiro de 1500 — quando recebeu de D. Manuel I (1495-1521) a carta de nomeação para capitão-mor da armada que partiria para a Índia —, já usava o sobrenome paterno.
Neto de Fernão Álvares Cabral, que exercera as funções de guarda-mor do Infante D. Henrique, os seus biógrafos remontam o seu título de nobreza, a um terceiro avô, Álvaro Gil Cabral, alcaide-mor do Castelo da Guarda sob os reis D. Fernando (1367-1383) e D. João I (1385-1433), da dinastia de Avis, que teria recebido por mercê as alcaidarias dos castelos da Guarda e Belmonte, com transmissão à descendência. Esses domínios, lindeiros à Espanha, eram terras de pastorícia, origem dos símbolos das cabras passantes do escudo de armas da família Cabral.
Aos onze anos de idade, Pedro mudou-se para o Seixal (onde ainda hoje existe a Quinta do Cabral), vindo a estudar em Lisboa Literatura, História e Ciência (como, por exemplo, Cosmografia), além de artes militares. Na Corte de D. João II (1481-1495), onde entrou como moço fidalgo, aperfeiçoou-se em cosmografia e marinharia.
Com a subida ao trono de D. Manuel I (1495-1521) foi agraciado com o foro de fidalgo do Conselho do Rei, o hábito de cavaleiro da Ordem de Cristo e uma tença, pensão em dinheiro anual.
Em 1499, foi nomeado pelo soberano como capitão-mor da armada que se dirigiria à Índia após o retorno de Vasco da Gama. Teria então cerca de trinta e três anos de idade. A missão de Cabral era a de estabelecer relações diplomáticas e comerciais com o Samorim, reerguendo a imagem de Portugal após a apresentação do Gama, e instalando um entreposto comercial ou feitoria, retornando com o máximo de mercadorias.
A sua foi a mais bem equipada armada do século XV, integrada por dez naus e três caravelas, transportando de 1.200 a 1.500 homens, entre funcionários, soldados e religiosos. Era integrada por navegadores experientes, como Bartolomeu Dias e Nicolau Coelho, tendo partido de Lisboa a 9 de março de 1500, após missa solene na ermida do Restelo, à qual compareceu o Rei e toda a Corte.
A 22 de abril, após quarenta e três dias de viagem, tendo-se afastado da costa africana, avistou o Monte Pascoal no litoral sul da Bahia. No dia seguinte, houve o contato inicial com os indígenas. A 24 de abril, seguiu ao longo do litoral para o norte em busca de abrigo, fundeando na atual baía de Santa Cruz Cabrália, nos arredores de Porto Seguro, onde permaneceu até 2 de maio.
Cabral tomou posse, em nome da Coroa portuguesa, da nova terra, a qual denominou de "Ilha de Vera Cruz", e enviou uma das embarcações menores com a notícia, inclusive a Carta de Pero Vaz de Caminha, de volta ao reino. Retomou então a rota de Vasco da Gama rumo às Índias. Ao cruzar o cabo da Boa Esperança, quatro de seus navios se perderam, entre os quais, ironicamente, o de Bartolomeu Dias, navegador que o descobrira em 1488.
Existe uma discussão entre os historiadores a respeito da intencionalidade ou não da chegada de Cabral ao território brasileiro, embora não existam evidências concretas a sustentar qualquer das hipóteses. Certo é, no entanto, que por esta data já se tinha, na Europa, o conhecimento da existência de terras a leste da linha do Tratado de Tordesilhas.
A Armada chegou a Calecute a 13 de setembro, após escalas no litoral leste africano. Cabral assinou o primeiro acordo comercial entre Portugal e um potentado na Índia. A feitoria portuguesa foi instalada mas teve efêmera duração: atacada pelos Muçulmanos em 16 de dezembro, nela pereceram cerca de trinta portugueses, entre os quais o seu escrivão, Pero Vaz de Caminha.
Após bombardear Calecute e apresar embarcações árabes, Cabral seguiu para Cochim e Cananor, onde carregou as naus com especiarias e produtos locais e retornou à Europa.
Cabral chegou a Lisboa a 31 de julho de 1501, sendo aclamado como herói, não obstante o facto de, das treze embarcações, terem regressado apenas quatro.
Convidado pelo soberano para comandar a nova expedição ao Oriente em 1502, Cabral desentendeu-se com o monarca acerca do comando da expedição: tendo recusado a missão, veio a ser substituído por Vasco da Gama. Em desgraça perante o soberano, não recebeu mais nenhuma missão oficial até ao fim da vida.
Em 1503 desposou D. Isabel de Castro, sobrinha de Afonso de Albuquerque, deixando descendência. Em 1518 era cavaleiro do Conselho Real. Foi ainda senhor de Belmonte e alcaide-mor de Azurara.
Faleceu esquecido e foi sepultado na Igreja da Graça da cidade de Santarém, segundo alguns em 1520, ou, segundo outros, em 1526.
Cabral é lembrado pelos brasileiros como aquele que descobriu o Brasil, sendo homenageado anualmente, a 22 de abril. Foi-lhe erguido um monumento na cidade do Rio de Janeiro (obra de Rodolfo Bernardelli). A cidade de Belo Horizonte homenageou-o, dando-lhe o nome a uma das suas principais vias, a Avenida Álvares Cabral.
Em Portugal, foi-lhe erguido um monumento em Lisboa, na avenida que recebeu o seu nome. Do mesmo modo, a sua terra natal homenageou-o com uma estátua, assim como a cidade onde está sepultado, Santarém.
Em 14 de Março de 1903 parte de seus restos mortais foram transladados para o Brasil, tendo sido depositados em um jazigo na Antiga Sé no Rio de Janeiro.

Pedro Álvares Cabral (lituano)


Pedras Alvarešas Kabralas buvo portugalų idalgas ir keliautojas, antrosios jūrų ekspedicijos iš Europos į Indiją kapitonas. Šios kelionės metu, 1500 m. balandžio 20 d. atrado Braziliją.

Manoma, kad gimė Portugalijos provincijoje Beira Baišoje 1467 ar 1468 metais. Buvo trečiasis Beiros gubernatoriaus ir Belmontės alkaldo Fernano Kabralo bei Izabelos de Guveja de Keiroš sūnus. Tikrasis jo vardas buvo Pedras Alvarešas Guveja nes paprastai tik vyriausiasis sūnus paveldėdavo tėvo pavardę. Vėliau, mirus vyriausiajam sūnui, pradėtas vadinti Pedru Alvarešu Kabralu. 1500 m. vasario 15 d., kai gavo patvirtinimo laišką kelionei į Indiją iš karaliaus Manuelo I, jau naudojo tėvo pavardę.

Buvo Henriko Jūrininko sargyboje tarnavusio Fernano Alvarešo Kabralo anūkas. Biografai atrado didikiškąją jo liniją: proprosenelis Alvaras Žilas Kabralas buvo Kastelo da Guardos alkaldas valdant Fernandui I-ajam ir Žuanui I-ajam, Avisų dinastijos nariams. Iš jų gavo malonę turėti dvi pilis Guardą ir Belmontę, bei perdavė savo palikuonims. Tos valdos, buvusios Ispanijos pasienyje, buvo ganyklos. Nuo jose ganomų ožkų kilo šeimos herbas bei pavardė "Cabral".


Būdamas vienuolikos metų persikėlė į Seišalį (kur ligi šiol tebėra "Quinta do Carbal"), Lisabonoje studijavo literatūrą, istoriją ir mokslus (pavyzdžiui, kosmografiją), bei karo menus. Žuano II-ojo karališkoje taryboje, į kurią pateko kaip jaunas didikas, tobulinosi kosmografijoje ir jūrininkystėje.


Į sostą įžengus Manuelui I-ajam gavo Karališkosios tarybos idalgo titulą, tapo Kristaus Ordino kavalieriumi, jam paskirta valstybinė alga.


1499 m. Kabralui suteiktas laivyno, kuris turėjo vykti į Indiją po Vasko da Gamos grįžimo, vyriausiojo kapitono titulas. Tuo metu jam buvo apie 33 metus. Kabralo ekspedicijos misija buvo užmegzti prekybinius ryšius su Samorinu, ir tęsti da Gamos darbą Indijoje, ten įkurti įmonę ar gamyklą ir išgauti kuo daugiau prekių.


Tai buvo pati geriausiai aprūpinta XV a. ekspedicija. Ją sudarė 10 laivų ir 3 karavelės, gabenusios 1200 - 1500 žmonių, kurių tarpe buvo pareigūnai, kariai, dvasininkai. Buvo vadovaujama patyrusių jūrininkų, tokių kaip Bartolomėjus Diasas ir Nikolau Koeljo. Išvyko iš Lisabonos 1500 m. kovo 9 dieną, po mišių Restelo koplyčioje, kuriose dalyvavo ir pats karalius su savo taryba.


Balandžio 22 d., praėjus 43 dienoms po išvykimo, ekspdicija, atsiskyrusi nuo Afrikos krantų, išvydo Paskoalo kalną, stūksantį Bajos pakrantėje. Kitą dieną įvyko pirmas kontaktas su vietiniais gyventojais. Balandžio 24 d. keliaudami į šiaurę ir ieškodami prieglobsčio, įsikūrė prie dabartinės Santa Kruz Kabralijos įlankos, Porto Seguro apylinkėse. Ten išbuvo iki gegužės 2. Kabralas atrastas žemes paskyrė Portugalijos karūnai ir pavadino Ilha de Vera Cruz bei išsiuntė vieną iš mažesnių laivų su Pero Vaz de Caminha laišku atgal į karalystę pranešti apie atradimą .

Tada vėl tęsė kelionę į Indiją Vasko da Gamos maršrutu. Kertant Gerosios Vilties kyšulį ekspedicija neteko keturių laivų, ironiška, tame tarpe ir Bartolomėjaus Diaso, kuris 1488 m. šį kyšulį atrado.


Istorikai diskutuoja, ar Kabralas iš tiesų norėjo atrasti Braziliją, ar tai įvyko per klaidą, tačiau nei vienai hipotezei patvirtinti nėra pakankamai įrodymų. Aišku tai, kad po šios datos tapo žinoma apie žemes į rytus nuo Tordesilijo sutarties linijos.


Laivynas atvyko į Kalikutą rugsėjo 13 dieną, prieš tai dar sustojęs Rytų Afrikos pakrantėje. Kabralas pairašė pirmąją rekybos sutartį tarp Portugalijos ir Indijos valdovo. Portugalų gamykla buvo įkurta, tačiau gyvavo trumpai: gruodžio 16 d. ją sugriovė musulmonai, žuvo apie 30 portugalų, tame tarpe kelionę aprašęs Peras Vaz de Kaminija.


Vėliau portugalai subombardavo Kalikutą, užgrobė arabų laivus ir Košime bei Kananore pasikrovę laivus prieskonių ir kitos vietinės produkcijos, patraukė atgal į Europą.


Kabralas atvyko į Lisaboną 1501 m. liepos 31 d. ir buvo priimtas kaip didvyris, nepaisant to, kad iš trylikos laivų grįžo tik keturi.
Pakviestas karaliaus buvo įkalbinėjamas 1502 m. surengti naują misiją į Rytus, tačiau atsisakė ir buvo pakeistas Vasku da Gama. Kabralas užsitraukė karaliaus nemalonę ir iki at gyvenimo galo nebegavo jokios tarnybinės misijos.

1503 m. vedė Izabelą de Kastro, Alfonso de Albukerkės dukterėčią, susilaukė palikuonių. 1518 m. buvo Karališkosios Tarybos kavalieriumi, paskirtas Belmontės valdytoju ir Azuraros alkaldu.


Mirė visų užmirštas, palaidotas Santareno Malonės bažnyčioje, pagal vienus 1520 m., pagal kitus 1526 m.


Kabralas prisimenamas brazilų kaip Brazilijos atradėjas ir kasmet balandžio 22 dieną paminimas. Rio de Žaneire jam pastatytas paminklas (autorius Rodolfo Bernardelli). Belo Horizontės miestas pagerbė suteikdamas jo vardą vienai pagrindinių miesto gatvių Avenida Álvares Cabaral.
Portugalijoje jam pastatytas paminklas Lisabonoje bei pavadintas prospektas. Taip pat statulos pastatytos j gimtajame mieste Belmontėje bei laidojimo vietoje Santarene. 1903 m. kovo 14 d. jo palaikai pergabenti į Braziliją ir palaidoti Rio de Žaneiro senojoje katedroje.


Pedro Álvares Cabral (inglês)


Pedro Álvares Cabral was a Portuguese nobleman and navigator, commander of the second sea voyage from Europe to India, in which it was discovered Brazil on 22 April 1500.


It is believed that he was born in Beira Baixa (Portugal) in 1467 or 1468. It was the third son of Fernão Cabral, the Governor of Beira and Captain-General of Belmonte, and Isabel de Gouveia de Queirós. His original name was Pedro Álvares Gouveia, because usually only the eldest son inherited the father's surname. Later, with the death of his older brother, it has passed him. At 15 February 1500 when he received a king's Manuel Iletter of appointment to chief captain of the fleet to depart for India he already has used the father's surname.

He was a grandson of Ferdinand Álvares Cabral, who exercised the functions of chief guardian of Henry the Navegator. His biographers have traced his title of nobility, a third grandfather, Álvaro Gil Cabral, Captain-General of Castelo da Guarda under the kings Ferdinand and João I, the House of Avis, which had received the mercy of the alcalde the castles of the Guard and Belmonte, with transmission to the offspring. These areas, bordering Spain, were grazing lands, origin of the symbols of the goats bystanders coat of arms of the Cabral family.


At eleven years old, Pedro moved to Seixal (where today still exists Quinta do Cabral), coming to study in Lisbon Literature, History and Science (for example, cosmography) and military arts. He entered as a young nobleman into the Court of king João II where he improved in cosmography and seamanship.
With the accession to the throne of King Manuel I he was awarded the bar of fidalgo do Conselho do Rei, became a cavaleiro of Ordem de Cristo, and got an official rent.

In 1499 Cabral was appointed as a chief captain of the fleet that should go to India after the return of Vasco da Gama. Then, he was about thirty-three years old. Cabral's mission was to establish diplomatic and trade relations with the Zamorin, stirring up the image of Portugal after the presentation of the range, and installing a commercial warehouse or factory, returning with the most goods.


It was the best equipped army of the fifteenth century, composed of ten ships and three caravels, carrying 1200 to 1500 men, including officials, soldiers and priests. The expdition was formed by experienced navigators like Bartolomeu Dias and Nicolau Coelho. They has left Lisbon on 9 March 1500, after the mass in the chapel of Restelo, which attended the King and the entire court.


On 22 April, after forty-three-day trip, taking away from the African coast, they saw the Monte Pascoal on the southern coast of Bahia. The next day, they made the initial contact with the natives. On 24 April, moved along the coast to the north in search of shelter, they based on current Bay of Santa Cruz Cabrália in the outskirts of Porto Seguro, where they remained until 2 May.
Cabral clamed the new land as a domain of Portuguese Crown and named it "Ilha de Vera Cruz". He sent one of the smaller vessels back to the kingdom to report about discovery and to bring the Letter of Pero Vaz de Caminha .

Then resumed the route of Vasco da Gama towards the India. When crossing the Cape of Good Hope, four of his ships were lost, including, ironically, Bartolomeu Dias, the navigator that discovered in 1488.


There is a debate among historians about the intent or not the arrival of Cabral on Brazilian territory, although there is no concrete evidence to support either hypothesis. It is certain, however, that by this date had already been known in Europe about the existence of land to the east of the Treaty of Tordesillas line.


The fleet arrived in Calicut on 13 September, after a stopping in the east coast of Africa. Cabral signed the first trade agreement between Portugal and a ruler in India. A Portuguese factory was installed but had ephemeral duration. It was attacked by Muslims on December 16. About thirty Portuguese died, including travel writter Pero Vaz de Caminha.


After bombarding Calicut and seize Arab vessels, Cabral went to Cochin and Cannanore, where the ships were loaded with spices and local produce and returned to Europe.

Cabral arrived in Lisbon on 31 July 1501, being hailed as a hero, despite the fact that from the thirteen vessels only four have returned. He was invited by the king to command the new expedition to the East in 1502 but Cabral argued with the King and refused the mission. He was replaced by Vasco da Gama. Because of this disgrace to the sovereign he disn't received any further official business till the end of his life.

In 1503 Cabral married Isabel de Castro, niece of Afonso de Albuquerque and has left descendants. In 1518 he was a gentleman of the Royal Council. He also was the lord of Belmonte and Captain-General of Azurara.
Cabral died forgotten and was buried in Grace Church in the city of Santarem, according to some in 1520, or according to others, in 1526.

Cabral is remembered by Brazilians as the one who discovered Brazil and is honored annually on 22 April. The monument to him was erected in the city of Rio de Janeiro (the work of Rodolfo Bernardelli). The city of Belo Horizonte honored him by giving his name to one of its main streets, Avenida Alvares Cabral. In Portugal, it was erected a monument in Lisbon also the avenue got his name. Likewise, his hometown honored him with a statue, as well as the city where he is buried, Santarem. On 14 March 1903 part of his remains were moved to Brazil and deposited in a vault at the Old Cathedral in Rio de Janeiro.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_%C3%81lvares_Cabral

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