30.9.09

Pedro Mexia


Pedro Mexia nasceu a 1972, em Lisboa, Portugal. Ele é bacharel em Direito e tem o grau de mestre de Cultura e Literatura Americana.
Pedro Mexia é não somente escritor mas também crítico literário português. Entre 1998 e 2007 fez crítica literária no Diário de Notícias. É desde 2007 crítico no jornal Público, onde também assina uma crónica semanal, e também escreve mensalmente na revista LER. Frequentemente participa em programas de comentário político na televisão.
Pedro Mexia publicou seis livros de poemas: Duplo Império (1999), Em Memória (2000), Avalanche (2001), Eliot e Outras Observações (2003), Vida Oculta (2004), Senhor Fantasma (2007).
Aqui está um poema publicado na coleção de poesia Vida Oculta:

Nunca mais

Nunca mais, disse o corvo.
Mas que sabia o corvo
Sobre “nunca” e “sempre”?
Quem sabe se tudo, se era essa
A mazão da sua negura, tendo entervisto
Num voo nocturno o eixo
Da roda que de um minuto
Para o outro se quebra
E o eterno retorno como um
Velho relógio que pára entre as onze
E as doze por muitos quos.

Nunca mais, disse, e não precisou
De dizer de novo, porque em breve
O “nunca mais” tomou o sítio
Do corvo e aparecia à janela
Como uma frase maldita.
E de nenhuma ontra sabemos
Tão pouco que a confundamos
A noite com a sobra de um pássaro.

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Pedro Mexia was born in 1972, in Lisbon, Portugal. He has bacaalaureate of law and master degree of American culture and literature.


Pedro Mexia is not only a writer, but also a critic of the Portuguese literature. Between 1998 and 2007 he made the critic of literature in Diário de Notícias. Since 2007 makes critic in Público magazine, there he also signs the weekly chronicle, and monthly writes in LER magazine. He often participates in the political debates on television.

Pedro Mexia has published six poetry books: Duplo Império (1999), Em Memória (2000), Avalanche (2001), Eliot e Outras Observações (2003), Vida Oculta (2004), Senhor Fantasma (2007). There is one of his poems published in the collection of poetry Vida Oculta (Hidden Life):


Nevermore

Nevermore, said the crow.
But what did the crow know
About “never” and “always”?
Who knows if everything, if that was
The reason for its blackness, having glimpsed
On a night flight the axle
Of the wheel that from one moment
To the next is broken
And the eternal return like an
Old clock that has been stopped between eleven
And twelve for many years.
Nevermore, it said, and it didn’t need
To say it again, because soon
The “nevermore” took the place
Of the crow and appeared at the window
Like an accursed phrase.
And of no other do we know
So little that we confuse it
At night with the shadow of a bird.

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Pedro Mexia gimė 1972 m. Portugalijoje, Lisabonoje. Jis turi teisės bakalauro ir Amerikos kultūros ir literetūros magistro laipsnį.

Pedro Mexia yra ne tik rašytojas, bet ir portugalų literatūros kritikas. Tarp 1998-ųjų ir 2007-ųjų metų jis rašė literatūros kritiką Diário de Notícias. Nuo 2007 rašo Público žurnale, kur taip pat žymi savaitinę kroniką, ir kas mėnesį rašo žurnale LER. Jis dažnai dalyvauja televiziniuose politikos debatuose.


Pedro Mexia publikavo šešias poezijos knygas: Duplo Império (1999), Em Memória (2000), Avalanche (2001), Eliot e Outras Observações (2003), Vida Oculta (2004), Senhor Fantasma (2007). Čia vienas iš elėraščių, publikuotų poezijos rinkinyje Vida Oculta (Slaptas gyvenimas):

Daugiau niekada

Daugiau niekada,- tarė varna.
Bet, ką varna žinojo
Apie “niekada’ ir “visada”?
Kas žino, kad viskas, kas buvo
Priežastim to juodumo, blykstelėjusio
Naktiniame rato ašies skrydyje, kuri
Nuo vienos akimirkos iki kitos
Yra lūžusi
Ir amžinas sugrįžimas
Kaip seno laikrodžio, kuris sustojo tarp vienuoliktos
Ir dvyliktos daugybei metų.


Daugiau niekada, - ji pasakė, ir nereikėjo to daugiau sakyt,
Todėl, kad greit
„Daugiau niekada“ užėmė varnos vietą
Ir pasirodė lange
Kaip nepakenčiama frazė.
Ir apie nieką kitą mes nežinom tiek mažai,
Kad sumaišome tai naktyje
Su paukščio šešėliu.



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